Entre o cuidado e a conduta: conflitos de interesses e o compromisso ético com a cooperativa foi o tema da palestra online promovida pela Unimed Curitiba, realizada no dia 31 de julho, às 19h, via Zoom. O evento, que faz parte do pilar Administração do programa Viva, reuniu 103 profissionais simultaneamente e alcançou uma avaliação média de 9,6, sendo nota máxima 10.

O diretor-presidente da Unimed Curitiba, Rached Hajar Traya, deu início ao evento expressando seu agradecimento pela presença de todos os colegas. Em seguida, ele apresentou o palestrante da noite, o advogado, professor e escritor Cleber Izzo - profissional com mais de 25 anos de experiência em RH e Compliance em empresas como Sky Brasil, Jaguar Land Rover, Grupo EcoRodovias e Ford Motor Company, na qual foi Head de Investigações Especiais na América do Sul por 6 anos.

O palestrante iniciou o evento online trazendo algumas informações importantes sobre a cooperativa, como missão, visão, valores e enfatizou a questão da transparência e integridade. “A Unimed Curitiba zela pela ética na tomada de decisões e proporciona um ambiente que prima pela transparência e integridade com o intuito de colaborar para construção de uma sociedade cooperativa, valorizando a gestão democrática por meio da participação ativa dos médicos cooperados nos processos decisórios”, citou Cleber.

Durante a palestra, Cleber apresentou a definição de Compliance com base na Lei nº 12.846/13 (conhecida como Lei Anticorrupção) e reforçou que essa prática deve estar integrada à cultura organizacional. “Compliance é muito mais do que um programa, é uma atitude! O maior desafio hoje está na mudança de comportamento, porque não se trata apenas de normas ou processos escritos, mas sim de um compromisso ético que precisa estar enraizado na consciência e nas atitudes diárias de cada pessoa. O verdadeiro Compliance acontece quando todos, independentemente do cargo, agem com integridade, responsabilidade e alinhamento aos valores da organização”, destacou o palestrante.

Além disso, Cleber abordou a convivência entre diferentes gerações no ambiente corporativo, desde os Baby Boomers até as Gerações X, Y (Millennials), Z e, mais recentemente, a Geração Alfa. Ele destacou que essas gerações têm valores, comportamentos e formas distintas de se comunicar e de lidar com desafios, o que gera impactos significativos na dinâmica organizacional.

Essas diferenças influenciam diretamente como cada colaborador percebe e reage a situações sensíveis, como conflitos éticos, pressão por resultados ou condutas impróprias. Por isso, segundo Cleber, é essencial que todos compreendam o papel do Compliance na construção de um ambiente de confiança e integridade e que conheçam o Código de Conduta da empresa.

Cleber também apresentou exemplos práticos de situações envolvendo conflitos de interesse, destacando como elas podem comprometer a ética no ambiente de trabalho:

• Utilizar função, cargo ou relação com a Unimed Curitiba para ganho pessoal ou obtenção de vantagens indevidas
• Ser gestor ou exercer liderança imediata de cônjuges, parentes até 3º grau ou pessoas de sua afinidade
• Contratar ou influenciar contratação de serviços próprios, de cônjuges, parentes até 3º grau ou pessoas de sua afinidade, com o objetivo de benefício pessoal ou para a pessoa com a qual tenha relação
• Participar de negociação e deliberação com empresa fornecedora, prestadora, cliente após participação autorizada em evento patrocinado por esta
• Manter relacionamento amoroso de integrantes do público interno entre si, quando houver relação de subordinação ou atividades relacionadas que possam gerar vantagem pessoal

O professor reforçou a importância dos canais de denúncia, que devem estar sempre disponíveis, acessíveis e confiáveis, garantindo que qualquer colaborador possa relatar, de forma segura, anônima e confidencial, comportamentos inadequados, suspeitas de fraude ou violações às normas da organização. “O fortalecimento da cultura de Compliance depende não apenas de regras claras, mas da coragem e responsabilidade individual de agir corretamente e denunciar quando necessário”, concluiu Cleber.