Saúde mental de crianças e adolescentes é tema de livro
Obra escrita por diretor de provimentos em saúde aborda neurociência dos transtornos mentais

“Neurociência dos Transtornos Mentais em Crianças e Adolescentes” é o nome do livro escrito pelo diretor de provimentos em saúde da Unimed Curitiba, Antônio Carlos de Farias, e pela neurocientista Mara Lúcia Cordeiro. O livro é resultado de dois anos de pesquisa e prática clínica dos autores, ambos ligados ao Hospital e Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe, referência em saúde infantil, e reúne descobertas científicas sobre o desenvolvimento cerebral e os transtornos mentais dessa fase.
Em linguagem acessível, mas cientificamente fundamentada, o livro explora as bases biológicas, genéticas e ambientais que moldam o desenvolvimento cerebral e o comportamento humano. Além disso, percorre desde os mecanismos de herança e plasticidade neural até os principais transtornos do neurodesenvolvimento e suas manifestações clínicas — como autismo, TDAH, transtornos de aprendizagem, ansiedade, depressão, esquizofrenia precoce e muito mais. A obra discute ainda as abordagens terapêuticas mais atuais, incluindo intervenções comportamentais e psicofarmacológicas.
O médico cooperado e especialista em neuropediatria explica que sua principal motivação foi a experiência junto às famílias e a necessidade de reforçar a importância de explicar como a neurociência pode iluminar o diagnóstico e o tratamento dos transtornos mentais na infância e adolescência. “Há muitos livros sobre autismo, mas pouquíssimos livros que abordam esses transtornos como um todo. Outro ponto importante é unir teoria e prática. Eu vivo isso no dia a dia do meu consultório e senti necessidade de colocar todo esse conceito de neurociência e de pesquisa em uma obra para que as informações sejam adequadamente divulgadas. A observação no consultório, aliada às evidências científicas mais recentes, permite diagnósticos mais precisos e estratégias mais eficazes de tratamento e prevenção”, afirma o especialista.
A obra também aborda o impacto das tecnologias digitais no cérebro em formação e como fatores ambientais e hábitos cotidianos influenciam o comportamento e propõe caminhos para uma convivência equilibrada com a tecnologia.
De acordo com Antônio Carlos de Farias, crianças expostas a telas desde cedo apresentam maior risco de atraso na linguagem e dificuldades de interação social. “O tempo de tela modifica o cérebro e pode causar agressividade, ansiedade, impulsividade e sinais claros de dependência tecnológica. A criança acaba negligenciando escola, amigos e família”, alerta.
Publicado em 20/12/2025 2:21h
Atualizado em 20/12/2025 2:24h